"o que realmente nos separa dos animais é a nossa capacidade de esperança" (Saramago). eu quero intensamente esse novo ano!

momento 1:

as pessoas se aproveitam da fragilidade das outras. fazem isso comigo, fazem com você. quando nos sentimos vulneráveis, alguém se interessa? talvez esse seja apenas um breve pensamento dos dias em que o Bauman acompanha minhas tardes em casa. O Arnaldo cabe bem nos segundos em que eu perco a fé de que as pessoas podem evoluir juntas: "Socorro, alguém me dê um coração". Mas eu tenho uma família, muito amor e isso basta.

momento 2:
(hoje)
Ctrl V.

cristal

Na minha rua, agora, todos os espaços são dele...

minha vida

ainda no hospital, deitada, feliz pelo meu pequeno Chris já estar no quarto, depois de um dia inteiro na UTI, ouvi o avião passando baixinho... e, como não acontecia há muito tempo, não tive vontade nenhuma de voar (nem para perto nem para longe). só ficou uma sensação engraçada de alívio por eu estar aqui, simplesmente estar aqui...para ele.

menina de pijamas

quando deito para dormir, ouço o barulho dos aviões passando baixinho por cima de casa. e adoro. dá uma sensação de poder ir para longe. tantas coisas tem passado pela minha cabeça nos últimos dias. não posso negar que sou feliz. sou feliz. mas há um vazio, tantas vezes, não preenchido. muitas vezes penso em mim, de pijamas, deitada no quartinho pequenininho pensando na vida! a menina de pijama azul. eu sinto culpa. e perecebo que a culpa é um dos sentimentos mais corrosivos da vida. amadureci nesses novos tempos, isso eu sei. ainda assim, tenho tantas inseguranças. gosto das pessoas que levam a vida de forma leve. disso, sinto falta. as coisas se transformam e, quando a gente vê, restam apenas xícaras sobre a mesa. estou um pouco angustiada hoje, mas não será por muito tempo, porque provavelmente, daqui a pouco, vou rir com os colegas de redação, chegar em casa e ver o quartinho do bebê, falar alguma bobagem com o Chris e, assim, as coisas também vão se transformando. nos momentos de silêncio, vou pensar na minha, mais ou menos, salinha lilás com elefantes na parede. é para lá que eu fujo quando sinto que não vou dar conta das minhas próprias emoções.

mommy and baby

e então, serei mãe... depois da angústia por causa da placenta prévia, a ansiedade pelo sexto mês, tantas tantas coisas que aconteceram nesses últimos tempos, aqui estou eu, com quase sete meses de gestação. meu corpo dói. estou a flor da pele. mas estou feliz. em setembro, o pequeno Chris chega a esse mundo.

há um pezinho nas minhas costelinhas

... e o corpo dói...

:-)

Kazuo Ohno

para não esquecer dele....

http://bit.ly/aC1hQI

...

... tem coisas que me deixam feliz. o chris, a arte, piece of cake, meu neném e a casa nova (principalmente o que ela representa nesse momento da vida).

argentina!

a artista flávia da rin: convergência entre fotografia, multimídia e novas tecnologias!

eu e a Minie

Nos últimos quatro anos, lembro do dia 08 de abril de um jeito muito especial. Em 2006, nessa data, eu conheci a Disney, em Paris. Pode parecer bobo, infantil e até mesmo comercial demais, mas foi mágico. Com isso, lembro também da primeira vez que pisei em Paris, quando nem imaginava que voltaria outras duas vezes para lá nos dois anos seguintes. A Disney foi um desejo de criança realizado.

p.s - foi dia 08 mesmo e não 07 como marcou a máquina.

vida

14 cm de barriga e um neném "nadando" para lá e para cá com o coração batendo bem rapidinho. ele é tão pequenininho e já ocupa um espaço tão grande na minha vida. só penso nele, no Chris, na nossa futura casa e, com tudo isso, no começo de uma nova trajetória nas nossas vidas.

"below the line"

os corpos juntos me comovem. cada individualidade transformada em um corpo sem órgãos. corpo-idéia, movimento-idéia. o flash mob ainda vai tirar muito o meu sono. é uma experiência transformadora e, às vezes, cruel. os corpos contemporâneos dialogando com o movimento da cidade, me interessa. os paradoxos. o corpo em um espaço que não pára.

vão

um grande sentimento de tristeza me pegou hoje.como posso sentir isso se há uma nova vida vivendo em mim? é uma tristeza sem cor, sem forma. é tão ilógica e irracional que me rasga a pele.

sozinha em casa. a fisicalidade do ambiente e as sensações. lembro do Hopper. eu tive a oportunidade de ver uma obra dele quando estive em Veneza. e quanto mais o vejo, mais sinto e mais (me) questiono.

arte transmidiática

Jenkis mudou minha trajetória como artista. agora, o meu corpo é um corpo em convergência.

...

há um feijãozinho dentro da minha barriga.

"...vontade de viver mais em paz com o mundo..."

o título é autoexplicativo. para mim, na maioria das vezes, a nostalgia vem acompanhada de alguma dor.
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retrofilia?

yellow arrow

na rua da ana tem casa verde oliva, tem asfalto e chocolate. tem amor, tem arte, amora e abacate. tem mafinha, tem madonna, tem saudade. tem dália no jardim, cheirinho do Chris e o amor dele por mim. tem asfalto. tem vulcão e roda gigante. tem londres, tem chile, tem brasil. tem menina segurando uma bomba. tem alma. tem esperança. tem movimento e tem memória. tem ana. tem seta amarela no chão.

recomeço.

...queria ter a inteligência de resumir, em poucas palavras, os meus sentimentos mais profundos sobre esse ano que se inicia...